Às vezes elas começam de quando menos se espera, um acaso no supermercado, um pedido sem compromisso, um dia de folga em que não há nada além de estar, nem relógio nem telefone nem obrigação, nada além do encontro que faz rir, da rede na varanda, dos discos e das panelas; nada. Às vezes é o contrário e elas se anunciam deliciosas desde o primeiro minuto, tudo planejado, marcado e combinado desde o início, como as linhas do romance que o professor de jornalismo usava como exemplo dos começos perfeitos:
– Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar a tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo.
As melhores noites têm as melhores companhias, nem que seja a gente mesmo, livro, música, as plantas à espera de poda, rega e um dedo de conversa, liberdade, lembrança, faxina, pizza e depois chocolate, ou então os amigos que chegam, uns depois os outros, pratos e copos à mesa, conversa pra mais de metro e de vez em quando as 35 doses de rum destinadas às ocasiões mais especiais da vida.
Às vezes elas são como as melhores chegadas, que fazem dançar a dança dos dias felizes e às vezes madrugadas, tronco leve, sorriso escancarado, disposição para a graça de qualquer coisa, a qualquer hora, brilho no olho e um efeito semelhante ao funk do balanço que tira qualquer um da fossa.
Às vezes é o contrário, e elas se postam quietinhas no sofá, diante da TV, silenciosas e brancas como a bruma do soneto, de repente e não mais, como se o mundo estivesse inteiro livre do barulho, do trânsito e das seca-pimenteiras, como se a gente fosse eficiente o bastante, inteligente o tempo todo e sereno o suficiente para não estragar as coisas nas temporadas em que devia apenas agradecer. As melhores noites têm o melhor cheiro, a melhor textura. São macias como parecem ser as nuvens, e de um perfume suave como aquele que fica no travesseiro.
As melhores noites têm a melhor cor, azul amarelo vermelho verde preto e a soma de todos os tons a serviço dos afetos, da vontade e da simplicidade, ama, come, conversa, repete, diz as palavras inventadas, ama de novo, conversa mais, repete, conta dos planos para o ano novo, ama de novo, conversa mais, repete. Às vezes elas são como a nostalgia dos dias da infância, levinhas e açucaradas, a foto que registrou a gente pedalando no sol como se o mundo inteiro coubesse num sol, vestido listrado e chinelinhos tamanho 20, aquela nostalgia.
Às vezes é o contrário, e elas se mostram impróprias para menores, velozes, quase delirantes, um pouco irresponsáveis, vodca ou vinho, rock ou samba, sozinho ou acompanhado, na rua ou em casa, publicável ou nem e de herança, na manhã seguinte, a cabeça dói, o estômago dói, até as batatas da perna em determinadas ocasiões doem, mas o coração agradece. Às vezes elas simplesmente são, e terminam com a canção perfeita para uma noite perfeita, sem explicação ou exigência, sem peso ou provocação, no volume certo, no compasso certo, no tempo certo.
Sim, tudo agora está no seu lugar
O Universo até parece conspirar pra que não seja em vão
Tanto tempo esperando esse amor…
As melhores noites têm as melhores trilhas sonoras.
[…] corpo, nas melhores noites, aproxima, braço, perna, joelho, concha e cafuné colocados a serviço do afeto. O amor às vezes […]
[…] alimentados nos cardápios, nos afetos e na escolha das canções, no cinema, nos encontros e no calor das madrugadas, pela História, pela Poesia e pelas certezas da Física. Dispensam defesas, desprezam preconceitos […]
[…] As madrugadas são aquelas, travesseiro, edredom, escuro, os afetos, a simplicidade e o desejo, as palavras inventadas, as canções, os planos para 2012 e de preferência boa companhia, o braço forte que envolve o corpo, o sorriso e saber como foi o trabalho, ou então a gente mesmo, livro, música, as plantas à espera de poda, rega e um dedo de conversa, vinho, liberdade, lembrança, faxina, pizza e, depois, chocolate (delícia). […]
[…] os gols mais bonitos do século e os maiores amores do mundo. É possível que não houvesse as melhores noites [aquelas, lembra?], vodca ou vinho, rock ou samba, na rua ou em casa, publicável ou nem, a trilha […]
[…] longe do abraço apertado, do cabelo desgrenhado, das manias engraçadas, das canções que embalam as melhores noites (aquelas, […]
[…] que esperam as madrugadas e pras madrugadas em si, que terminam com a canção perfeita para uma noite perfeita, sem explicação ou exigência, sem peso ou provocação, no volume certo, no compasso certo, no […]
[…] Às vezes são os filhos, às vezes são as árvores, às vezes são os livros ou então são os amores, os maiores e mais bonitos, que fazem a gente rir [e de vez em quando chorar], tecer planos para o futuro, sonhar acordado, acordar nas madrugadas. […]
[…] diálogos podiam ter sido mais leves e as noites, mais longas, como aquelas – lembra? -, livro, música, as plantas à espera de poda, rega e um dedo de conversa, liberdade, lembrança, […]
[…] é bom, e ver a lua da varanda, tomar sorvete de cereja com cobertura de Nutella [delícia], dormir abraçado, ou não dormir, de como o silêncio que as intimidades permitem também é […]
[…] como a época inspira: escolha, decisão, definição, mudança, aprendizado, felicidade, madrugada, promessa, caminho; um ano bom apesar das faltas que cheiram à indiferença e dos desapontamentos […]
[…] assim os compromissos esperam um pouco mais], ver a cidade do alto ou os prédios antigos em torno, entrar a madrugada fresca entre confissões e declarações de amor, rir de tudo, o quanto possível, apesar das faltas. [Porque, de fato, como escreveram estes dias, […]
[…] sociedade feliz é, ainda, aquela feita de boas amizades, dias e noites seguros, espaços para a prática de esportes, comunicação eficiente, política justa, ética reta, […]
[…] durante o expediente e nos feriados santos, festas profanas e finais de semana de folga, manhãs, noites e também as madrugadas, para si mesmo e para os queridos. A seguir, você deve jogar um pouco de vinho ou cachaça sobre a […]
[…] de certos poetas, os primórdios do samba no bar da esquina, o sorriso dos amores verdadeiros e as noites em que não existe mais nada deviam ser celebrados e protegidos como as construções valiosas que a lei cerca e proíbe de […]
[…] à toa, no corredor, quando a gente menos espera, no balcão ou então logo ali, na mesa do canto, na madrugada silenciosa ou no finzinho da tarde, amanhã, agora, qualquer hora, depois do expediente ou nos dias de […]
[…] partido. O assunto das madrugadas eram de novo os adeuses, as ausências e as saudades, embora as madrugadas em si fossem um pouco diferentes e o riso estivesse de novo nos olhos da minha amiga que não combinava com a dor. As histórias […]
[…] É como o tempo em que não havia mais nada de importante, só os dois. É como são as melhores noites ou então os dias que a gente celebra com as 35 doses de rum destinadas apenas às ocasiões mais […]
[…] Mas sabíamos, tanto eu quanto ele, que era mentira, que haveria outros amores de perder o rumo e o sono. Sabíamos que entraria de cabeça, tronco e membros na vida da próxima mulher que conseguisse derrubar sua aparente indiferença, que sorriria de volta diante de um encontro inesperado, que arriscaria de novo diante da primeira oportunidade, estas coisas da vida que a gente aprende quando menos espera e anota, pra não esquecer, exatamente como aquela ótima frase dita numa noite de boa vista e boa companhia. […]
[…] os gols mais bonitos do século e os maiores amores do mundo. É possível que não houvesse as melhores noites, vodca ou vinho, rock ou samba, na rua ou em casa, publicável ou nem, a trilha sonora perfeita […]
[…] expectativa; como o tempo em que não havia mais nada de importante, só os dois. É como são as melhores noites ou então os dias que a gente celebra com as 35 doses de rum destinadas apenas às ocasiões mais […]