Tem coisas na vida das quais não dá pra fugir. Assistir ao futebol no plantão do jornal aos domingos é uma delas. Xingar o juiz enquanto o jogo passa é outra, mais terapêutica – alguns de vocês sabem – que qualquer técnica de William Reich, inclusive chutar o colchão. Mas o futebol – alguns de vocês igualmente sabem – não é apenas cerveja, campo, bola, esquema tático, juiz ladrão e palavrão; é cerveja, campo, bola, esquema tático, juiz ladrão, palavrão, expressão dos olhos, torneado dos braços, definição do tórax, espessura da coxa e, se possível, um sorriso de propaganda de pasta de dente.
Hoje, verdade seja dita, meu interesse pelo futebol (desculpa, meninos) se limita à estética daquele jogão de bola que jogam o Fred, o Diego, o Ballack e o Batistuta e, claro, ao jornalismo: saber da tabela para escolher qual foto vamos dar na capa de domingo e segunda, entender minimamente as chances dos grandes e dos pequenos diante dos outros e conseguir dialogar com o mundo quando ele parece ser formado, apenas, de botafoguenses que torcem pela revanche, vascaínos que tentam evitá-la, flameguistas que debocham de uns e dos outros e os perdidos do Indiferentes Futebol Clube.
Mas houve um tempo em que gostei de verdade de futebol. Reunia os amigos pra ver os jogos, dava palpites possíveis na escalação da Seleção Brasileira e andava até a Praia do Canto para celebrar as vitórias ou afogar as derrotas (e as outras mágoas, por tabela). Éramos simples e mais leves, talvez menos endurecidos pelos próprios dias e respectivas noites, mais capazes de amar incondicionalmente, perdoar sem restrições, querer do fundo do coração. E conseguir, acho que de tanto que queria.
[…] dias – motivos óbvios – de O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, um filme que é um pouco sobre futebol e um pouco (talvez muito) sobre a esperança, virtude que dizem (eu acredito) que dá o dom de […]
[…] dia de cerveja, campo, bola, esquema tático, juiz ladrão e palavrão (porque xingar o juiz – não custa repetir – é mais terapêutico que qualquer técnica de Willia…), aquele dia em que pros que gostam de bola só o futebol basta e pras que gostam das belezas do […]
[…] dia de cerveja, campo, bola, esquema tático, juiz ladrão e palavrão (porque xingar o juiz – não custa repetir – é mais terapêutico que qualquer técnica de Willia…), aquele dia em que pros que gostam de bola só o futebol basta e pras que gostam das belezas do […]
[…] alegria apesar das adversidades, samba apesar da tristeza, otimismo apesar do salário mínimo, futebol apesar das perdas, carnaval sempre que possível, sorrisão, jeitinho, ginga e movimento apesar dos […]
[…] bonita como aquele sorriso, e bastava pensar um pouco para encontrar numa canção, num filme, no futebol ou no trânsito a razão daquela atitude, daquele silêncio, da distância que nem todo o amor do […]
[…] e Flamengo vitoriosos (e amanhã dizem que vai ser o Fluminense), música, cinema, beleza, drible e campeonato que vai saber que influência tiveram nas vozes, nos encontros, nos padrões e nos sorrisos […]
[…] criada há exatos 70 anos pelo austríaco Stefan Zweig. De acordo com o estudo, o país do futebol, do samba e dos políticos corruptos é recordista mundial de felicidade futura, índice que mede a […]
[…] criancinha. Se, do contrário, encontrasse no caminho um sujeito típico, encarnava a equação “futebol + mulher + chope gelado”, agradecia a Deus pela sorte grande e corria pro […]
[…] ocidental a respeito do qual a maioria de nós faz pouca ideia além da geografia básica e dos jogos de futebol. Você deve cavar um buraco no chão, colocar a boca e contar o que se passou de ruim nos últimos […]
[…] como um tema corriqueiro, mas distante. Gosto do momento do hino e dos pênaltis, quando há. Xingo o juiz, quando preciso. Torço segundo orientações, exatamente como a minha amiga. De resto, enquanto corre o jogo, […]
[…] esta carta logo depois de um telefonema seu. É domingo. O futebol na televisão denuncia a deliciosa supremacia do prosaico: comida na mesa, bolo no forno, cheiro de […]